quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A Academia Brasileira de Letras

Confesso que nunca ficou muito claro para mim qual é a missão institucional da Academia Brasileira de Letras. Segundo o art. 1º de seu estatuto, disponível em seu sítio institucional, sua finalidade é "a cultura da língua e a literatura nacional". Isso dá uma idéia, porém "cultura" e "cultivo" (ambos os termos são empregados) me parecem vocábulos muito literários, poéticos talvez, mas sem a devida objetividade. Vá você apresentar um trabalho, escrever um artigo ou uma monografia, e na hora de justificar sua pesquisa dizer que deseja "cultivar o Direito" (ou a Medicina, Teatro, Gastronomia, etc.). Seu trabalho será achincalhado na primeira página.

Portanto, deveria a instituição ser mais específica quanto a seus reais objetivos. Ou, pelo menos, quanto ao modo como os apresenta ao público. A ABL com problemas de comunicação não dá. Em suma, ficaria agradecido se alguém me dissesse, em termos de objetivos gerais e/ou específicos, como pretende a ABL cultivar a nossa língua e literatura. Promover simpósios, fomentar publicações, auxiliar a divulgação de novos autores, p. ex., seriam medidas interessantes. Gente desinformada ou mal intencionada pode acabar reduzindo aquela briosa agremiação à condição de uma casa de chá, como já ouvi dizer.

5 comentários:

morenocris disse...

Bom dia Yúdice. Excelente série.

E as críticas também.

Beijos.

Anônimo disse...

Yúdice,
Ótimos os posts sobre a ABL. A respeito, tenho 3 observações:
1. Apesar do respeito que a Academia infunde, algumas coisas são realmente muito estranhas. Quer um exemplo de "reles mortal", digamos assim? Carlos Drummond de Andrade. Em compensação, Roberto Marinho e José Sarney são membros do silogeu. Dá para acreditar?
2. A ABL tem membros que podem (e devem) ser levados a sério: Arnaldo Niskier, Nélida Piñon, Ariano Suassuna, João Ubaldo Ribeiro, dentre outros. E a nossa Academia Paraense? Já tivemos Otávio Mendonça, Clóvis Moraes Rêgo, Sílvio e Clóvis Meira... ainda temos Benedicto Monteiro. Mas hoje também temos... bom, deixa pra lá;
3. A terceira observação, na realidade, é uma pergunta, aproveitando o tema: "mais bem" está correto? Confesso, sinceramente, não saber; sempre pensei que "melhor" seria uma solução... melhor. Em todas as situações, inclusive em "mais bem colocado", "mais bem representado" e que tais. Entretanto, virou corrente o uso do "mais bem". Tu sabes qual a regra a respeito?

Yúdice Andrade disse...

Obrigado, Cris, querida.
Caríssimo Francisco, assino embaixo de todos os comentários. Quanto a tua pergunta, posso responder, embora os anos que não estudo Língua Portuguesa (lacuna que preciso preencher) me impeçam de ser mais específico quanto às regras. Sei a coisa em si, mas não sei explicar o motivo.
À frente de adjetivos, deve-se usar a forma "mais bem" em vez de "melhor". Tem alguma coisa a ver com um tal de analítico e sintético, que não me recordo mais, porém te dou certeza de uma coisa: se há adjetivo, faz assim: "mais bem colocado" em vez de "melhor colocado"; "menos bem delineada" em vez de "pior delineada".

Anônimo disse...

Em geral, tenho boa memória para as regras de português da escola, pois adorava a disciplina. Mas essa do "melhor" e "mais bem", não tinha a menor lembrança. Valeu, Yúdice!

tadeu disse...

Na qualidade de menos bem informado creio que só serve para os "bacanas" ostentarem sua soberba regada a whiskies e outros chás menos ou mais fortes.Pior é de alguns eu gosto muito mas o fato é que um show de vaidades absolutamente deja-vü
Abraços
Tadeu